sábado, 4 de julho de 2015

Ubatuba

  (Assis Furtado)


Hoje, peso de chumbo
Fonte: https://pixabay.com/pt/ubatuba-s%C3%A3o-paulo-brasil-litoral-658756
sem caiçaras remadores
nem arautos ou archotes:
canhões emudecidos
nos portais da sinfonia
– leais companheiros;
e na ilha não há cativos,
há resíduos, arruinados.
A maré da primavera
arrastou tanta sereia
cujo canto ouvi
atado ao mastro
concentrado, enlouquecido,
enlouquecido, concentrado,
concentrado, enlouquecido,
enlouquecido,
concentrado,
concentrado;
e mergulhei na treva do abismo:
memória – esquece,
voz – cala,
dor – sara,
não houve galho de árvore
a gravar versos na areia.
Adeus, Cunhambebe:
guardo para sempre o teu nome
sem compreender o que sinto.

5ª 12-VI-2014 19:15h 


Nenhum comentário:

Postar um comentário