Ubatuba
(Assis Furtado)
sem
caiçaras remadores
nem
arautos ou archotes:
canhões
emudecidos
nos
portais da sinfonia
–
leais companheiros;
e na ilha não há cativos,
há resíduos, arruinados.
A maré da primavera
arrastou tanta sereia
cujo canto ouvi
atado ao mastro
concentrado, enlouquecido,
enlouquecido, concentrado,
concentrado, enlouquecido,
enlouquecido,
concentrado,
concentrado;
e mergulhei na treva do abismo:
memória – esquece,
voz – cala,
dor – sara,
não houve galho de árvore
a gravar versos na areia.
Adeus, Cunhambebe:
guardo
para sempre o teu nome
sem
compreender o que sinto.
5ª 12-VI-2014 19:15h
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